Saimos às 8:13 horas do dia 23/12/12 de Joaquin Gonzalez com destino a Cafayate.
No hotel nos informaram que a estrada que liga a RN9 a Cafayate ficava interditada nos períodos de chuvas, como as que ocorreram no dia anterior.
Então teríamos que ir a Salta tomar a RN 68 até Cafayate.
Seguimos na RN 16 até encontrar a RN 9 já perto de Metán. Daí seguimos pela RN 9 no sentido norte até General Guemes, até o entroncamento com a RN 34, onde a rodovia toma sentido oeste até Salta.
No posto de gasolina que existe neste entroncamento, encontramos um grupo de motociclistas brasileiros que também faziam seu tour pela América do Sul.
equipe digiphotus na estrada encontra motociclistas brasileiros em General Guemes |
Completamos o tanque com 38,79 litros de gasolina no YPF de General Guemes, perfazendo uma média de 19,15 km/l desde o abastecimento de Ita Ibate.
Já que teríamos que ir até Salta, resolvemos inverter nosso percurso e ir primeiro a Cachi.
Em Salta pegamos a RN 68. Na altura de Doctor Facundo Zuviría/Chicoana pegamos a RP 33 na direção de Cachi.
Aqui realmente começava nosso itinerário e nossas aventuras pela América do Sul.
Esta estrada é simplesmente fantástica e maravilhosa. A cada curva a paisagem se transforma.
Ao percorrermos o vale do Chicoana nos deslumbramos achando serem os famosos Valles Calchaquies.
Postagem das fotos deste vale no link: http://digiphotus.blogspot.com.br/2013/02/caminho-para-cachi-valle-del-chicoana.html
Depois de alguns quilômetros, muitas subidas e transformações é que descobrimos que ainda estávamos longe dos famosos Calchaquies.
A partir daí começa a Cuesta del Obispo, encravada entre as montanhas com seu ponto culminante na Piedra de Molino.
Conforme subíamos a paisagem ia se transformando e os cardones surgindo em maior volume, até chegarmos ao famoso vale encantado.
Infelizmente o Vale Encantado, que fica dentro do Parque Nacional los Cardones, estava interditado e o acesso fechado para circulação de veículos.
Na altitude de 3000 metros era impossível tentar descer o vale a pé e subir novamente numa caminhada de mais de 3 horas.
os galeiros da estrada na Piedra del Molino |
Na Cuesta del Obispo há um trecho de 12 km de estrada de chão.
Postagem das fotos da Cuesta del Obispo no link: http://digiphotus.blogspot.com.br/2013/02/piedra-del-molino.html
Na Piedra del Molino existe a Capela de San Andrés, onde vimos oferendas curiosas, mas o que mais chamou a atenção foi a grande quantidade de folhas de coca espalhadas entre as oferendas.
Mais tarde descobriríamos que foram deixadas ali para aliviar os efeitos do "soroche", para quem chega desprevinido nestas altitudes.
A rodovia atravessa o Parque Nacional los Cardones a partir deste ponto. Logo se desce para o vale dos cardones, onde milhares destes gigantescos cactos podem ser vistos.
No meio da descida entre a Piedra del Molino e a planície dos cardones há o Mirador Ojo del Condor, do qual é possível ter uma ampla visão do Parque Nacional los Cardones.
De lá se observa a vastidão do vale e seus cactos e a imponência dos cerros Tintin, Apacheta e Negro.
Após o entroncamento com a RP 425, rodovia de acesso a Seclantas, na reta do Tintin há o Mirador del Tintin, no meio do cardonal.
Dali é possivel caminhar por entre milhares de cardones.
Aos pés do Tintin há uma reserva quase intocada de churqui, uma espécie espinhenta de algarrobo muito utilizada como lenha pelos mineradores e caravanas de mulas, que passavam pela região num passado distante.
Postagem das fotos dos cardones no link: http://digiphotus.blogspot.com.br/2013/02/parque-nacional-los-cardones.html
Depois das fotos no Mirador del Tintin, continuamos viagem por alguns quilômetros por dentro do parque.
Então há uma descida até Payogasta, onde pegamos trecho asfaltado da RN 40 até Cachi. A paisagem ao longo desta rodovia é emoldurada pelo Calchaquies e seu vale.
Postagem das fotos dos Valles Calchaquies no link: http://digiphotus.blogspot.com.br/2013/02/valles-calchaquies.html
Payogasta e Cachi são duas pequenas cidades com uma arquitetura bem peculiar.
Como chegamos cedo a Cachi, resolvemos encarar o trecho de estrada de chão até Cafayate e desta forma conhecer as famosas quebradas dos vales Calchaquies.
Postagem das fotos das quebradas dos Valles Calchaquies no link: digiphotus.blogspot.com.br/2013/03/quebradas-calchaquies.html
Foram mais de 136 km de estrada de chão. Demoramos 5 horas para percorrer este estonteante trecho da Ruta 40.
Apesar da poeira e cansaço, este é um passeio imperdível.
Acreditamos que não haja trecho de quebradas iguais a este em todo o mundo.
Antes da fantástica quebrada de Angastaco, encontramos um grupo de ciclistas italianos em sua penúria por este fabuloso trecho da Ruta 40.
ciclistas italianos penando na Ruta 40 |
Chegamos em Cafayate a noite. Percorremos 549 km de um dos mais estonteantes trechos de toda a expedição. Desde o início da expedição já percorremos 2.364 km com o Clio.
Trilha de GPS deste trecho da viagem:
http://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1374099
Imagens dos mapas com os trajetos percorridos neste trecho da viagem:
Trilhas percorridas:a)azul: Valle del Chicoana; b) lilás: Cuesta del Obispo; c) verde: vale dos cardones; d) preto: Payogasta a Cachi; e) rosa: Valles Calchaquies |
Joaquin Gonzalez a Cafayate |
Prezados Viajantes
ResponderExcluirParabéns pelo site e pelas fotos. Muito informativo.
Em Agosto deste ano estarei em Salta e pretendo fazer o circuito Salta-Cachi-Cafayate.
Minha idea é fazer o circuito em carro alugado em dois dias. No primeiro, de Salta a Cafayate e no segundo de Cafayate a Salta (ver Quilmes, etc). Inclusive já reservei hotel em Cafayate, etc.
Estou preocupado com as condições das estradas, principalmente a ROTA 40 entre Cachy e Cafayate e então gostaria de saber se vocês podem me ajudar com as seguintes dúvidas:
1) É possível fazer os circuitos em carro simples, econômico,tipo Corsa,Clio,Gol 1.0? Pergunto isto porque o preço do aluguel de um 4X4 é altíssimo.
2) Existe risco do carro atolar em algum lugar?
3) Existe perigo de assalto na estrada?
4) Em suma, quais são os riscos? Que conselhos me dariam?
A minha impressão é que dirigindo devagar é possível fazer o circuito sem susto, inclusive o de Cachy-Cafayate pela Ruta 40, mas como nunca estive lá, acho melhor me precaver.
Agradeceria muito qualquer ajuda.
Marcos Silveira