segunda-feira, 26 de maio de 2014

PIEDRABUENA A COMODORO RIVADAVIA

Olá Pessoal

Saímos as 8:30 horas de 17/03/14 do hotel em Comandante Piedrabuena a procura da loja de pneus.
Na verdade era uma borracharia bem instalada que vendia pneus novos. Por sorte eles tinham em estoque  o Firestone F590, mesmo modelo dos pneus do Clio, que não é mais comercializado no Brasil.
Então foi sacar o pneu reserva que era zero e fazer par com o novo adquirido. O pneu defeituoso foi jogado fora e o outro pneu traseiro usado ficou para estepe.

Feito isto seguimos  até a Isla Pavon, localizada no Rio Santa Cruz. Depois das fotos seguimos viagem pela RN3 na direção de Comodoro Rivadavia.

Neste trecho se avista muitas emas e guanacos. 
Entramos em Puerto San Julian para conhecer e almoçar. 
Logo na entrada da cidade há um restaurante com placa de "Comidas Caseras", cujo cardápio não nos agradou.
Na segunda opção o local era agradável, porém fomos mal atendidos. Para culminar ao sermos servidos percebemos que o acompanhamento era diferente do que constava no cardápio. Para compensar a carne estava ótima.
 
Aqui passamos por um sufoco logo depois do almoço. 
Saímos da avenida principal e numa lateral logo achamos um local para estacionar depois de uma entrada para garagem. Ideal para quem estava sem marcha ré, pois era uma subida.

Descemos do carro e fomos até a orla perto do Hotel Costanera onde fica a Plazoleta Heroes de Malvinas. O que chama atenção é o caça da Força Aérea Argentina, remanescente da Guerra das Malvinas, içado como monumento. 

Caça na plazoleta de Puerto San Julian


Depois disso, manobramos o carro e retornamos para a avenida, então percebemos que do outro lado havia uma igreja que merecia ser fotografada. Mal estacionamos e um carro da polícia local fechou a nossa frente em 45º. Num instante pensamos o que iríamos fazer para sair sem ré.

Então os policiais saíram da viatura e disseram que fizemos uma convergência não permitida, pois saímos da lateral na contra-mão. No desespero de andar sem marcha ré e pelo fato de termos só entrado e logo em seguida dado a volta não percebemos que a lateral era de mão única.

Ainda bem que os policiais deram um desconto por sermos brasileiros e para nosso alívio logo foram embora. Imagina se eles ficassem estacionados no local. Ou a gente teria que dormir na cidade ou teria o carro apreendido por estar circulando sem marcha ré.

Depois deste episódio nossa agonia aumentou e a partir daí evitaríamos todas as passagens urbanas mais complicadas.

Seguimos para a RN3, onde tomamos a direção de Comodoro Rivadávia.
Nosso retorno pelo litoral objetivava passar pelas loberias.
Um pouco antes de Caleta Olivia tivemos uma grande surpresa. Ao nos aproximarmos do litoral notamos algo diferente na praia.

Era uma colônia de lobos marinhos, aparentemente recém instalada, pois não havia qualquer sinalização ou proteção para os curiosos.
Então aproveitamos a rara oportunidade de circular livremente entre os lobos, com um olho na câmera e outro nos lobos. Outra curiosidade desta região é que a faixa litorânea é recoberta por seixo rolado, produzindo um som muito característico no contato com as enormes ondas locais.

Entre os lobos marinhos de Caleta Olivia
 Como já era final de tarde, depois de nos extasiarmos com o achado, seguimos viagem.

Fotos da Loberia de Caleta Olivia no link: http://digiphotus.com/2015/10/04/loberia-de-caleta-olivia/

Chegamos em Comodoro Rivadavia ao anoitecer.

Completamos o tanque com 29,64 litros de gasolina num YPF de Comodoro Rivadavia, tendo percorrido 567 km desde o abastecimento no YPF de Piedrabuena, perfazendo uma média de 19,13 km/l.

A RN3 passa dentro da cidade e nós chegamos bem na hora do rush.  Depois de muito sufoco conseguimos encontrar hotel já na saída.

Neste trecho percorremos 575 km. Desde o início da Expedição já percorremos 6735 km, sendo 6661 km com o Clio ( 644 km em estrada de chão) e 74 km em balsa.

Trilha de GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687634
 
Mapa da rota traçada no OSRM:


Até mais

Equipe DigiPhotus

domingo, 18 de maio de 2014

EL CALAFATE A PIEDRABUENA

Olá Pessoal

Saímos as 6:07 horas de 16/03/14 da pousada em El Calafate com destino a Torres del Paine.
Viajar no escuro e com o carro baleado(sem marcha ré e um dos pneus com bolhas) exige todo tipo de cautela. Depois de algum tempo percebemos que viajando numa velocidade de até 90 km/h a trepidação era menor. 
Amanheceu garoando na região. Seguimos pela RN 40 até La Esperanza. Como o tempo continuava feio, sem visibilidade, resolvemos parar no Posto YPF, no entroncamento da RN40 com a RP5, para tentar obter informações sobre as condições do tempo em Torres del Paine.
As informações eram peśsimas, pois o frentista disse que a frente fria estava atuando desde Rio Turbio. 
Do motorista de um ônibus de turismo que ia para Torres del Paine ouvimos a mesma informação. 
Ele também disse que o tempo ruim deveria perdurar por mais 3 dias.
Analisando toda a situação e as condições do carro, depois do café  resolvemos seguir viagem de volta para o  Brasil.

Depois de rodarmos 20 km o tempo abriu e então paramos para discutir sobre o que faríamos. 
Então resolvemos voltar atrás e encarar a viagem para Torres del Paine. Afinal estávamos muito perto do Paso Cerro Castillo, porta de entrada para Torres del Paine.

Seguimos pela RN40 até o entroncamento com a RP7. Esta é uma região onde se destacam as estâncias de criação de ovelhas.

A RP7 é uma estradinha que dá acesso ao Paso Don Guillermo, em Cancha Carrera. Depois se segue pela Y205 até a aduana chilena de Cerro Castillo, num trajeto de 13 km.

Paso Don Guillermo em Cancha Carrera
 Chegamos em Cerro Castillo perto do meio dia e o tempo continuava fechado com garoa.
Conversamos com guias que estavam voltando de Torres de Paine e informaram que lá estava ainda pior.
Então não nos restava alternativa, com aquela previsão de tempo e o carro em péssimas condições o mais lógico seria desistir.
Depois do almoço vendemos os pesos chilenos e pegamos estrada de volta para o Brasil.

Seguimos pela RN40 até La Esperanza, onde tomamos a RP5 em direção a Rio Gallegos. Depois de alguns quilômetros o tempo começou a abrir. Aqui cometemos um erro que marcaria o final daquela tarde.
Quem transita pela Patagônia, nunca pode esquecer que as fontes de abastecimento são raras e é bom sempre ter um mapa em mãos para se certificar das distâncias para os próximos pontos de abastecimento de comida e combustível. É comum as distancias entre cidades superarem os 150 km. Também é  bom se certificar sobre o tamanho das cidades, pois muitos pontos no mapa não passam de aglomerados com meia dúzia de casas.
Além disso, é comum faltar combustível nas pequenas cidades.

No entroncamento da RP5 com a RN3, que dista 30 km de Rio Gallegos, fizemos calculos preliminares e chegamos a conclusão que teríamos combustível rodar mais 200 km até Comandante Piedrabuena. Além disso havia mais dois pontos de abastecimento no trecho.
Então seguimos em frente pela RN3. 
Foi um erro que nos custou alguns fios de cabelo e muita apreensão até chegar em Piedrabuena.
Infelizmente os pontos de abastecimento do trecho estavam sem combustível e a medida que os quilômetros passavam o silêncio dentro do carro aumentava, nossos olhos permaneciam vidrados no marcador de gasolina e na distancia que ainda faltava.
Um pensamento era latente, o que faríamos se ficássemos sem combustível naquele deserto patagônico.

Fotos do deserto patagônico no link: http://digiphotus.com/2015/09/27/deserto-da-patagonia/

Enfim chegamos em Piedrabuena só no bafo da gasolina.. Ufa!

Completamos o tanque com 42 litros de gasolina num YPF de Piedrabuena, tendo percorrido 778 km desde o abastecimento no YPF de El Calafate, perfazendo uma média de 18,52 km/l.

Neste trecho percorremos 779 km, sendo 26 km em estrada de chão. Desde o início da Expedição já percorremos 6160 km, sendo 6086 km com o Clio( 644 km em estrada de chão) e 74 km em balsa.

Trilha de GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687632 

Mapa da rota traçada no OSRM:


Até mais

Equipe DigiPhotus

sábado, 10 de maio de 2014

EL CHALTÉN A EL CALAFATE

Olá Pessoal

Saímos as 9:00 horas do hotel de El Chaltén a procura de borracheiro. Desde que o Clio perdeu a marcha ré, nossas preocupações com estacionamento e manobras nas áreas urbanas redobraram. 

Infelizmente o borracheiro de El Chaltén não estava equipado para fazer balanceamento, então teríamos que procurar uma borracharia em El Calafate.

No hotel nos informaram que as principais atrações paisagísticas de El Chaltén estão localizadas ao longo da RP23, estrada que leva ao Lago del Desierto.
Praça central de El Chaltén com Fitz Roy ao fundo
 Depois de algumas fotos da cidade e da Capilla Toni Egger, seguimos pela Costanera e ao final desta concluímos que o acesso seria pela ponte sobre o Rio de las Vueltas.

Fotos de El Chaltén no link:  http://digiphotus.com/2014/11/08/el-chalten/

Ao chegar no final da ponte percebemos que este era um acesso particular. Sem a ré, ficamos numa tremenda saia justa para planejar a manobra de retorno sem precisar ser guinchado.
Acreditamos que este foi o maior sufoco que passamos na viagem. Deu o maior trabalho empurrar morro acima cuidando para não despencar no rio. Enfim, micos de viagem.

Depois disto achamos a avenida San Martin e seguimos pela RP23 em direção ao Lago del Desierto.

Até o Lago del Desierto são 36 km de estrada de chão de péssima qualidade, mas a beleza paisagística deste trecho vale todo o sacrifício. 
 
Fotos do Valle de las Vueltas no link: http://digiphotus.com/2014/11/02/valle-de-las-vueltas/


Ao longo desta estrada há muitos locais para se fotografar as geleiras e o Cerro Fitz Roy, com excepcionais enquadramentos destas montanhas. Além disso há uma boa alternância de paisagens, com lagos e florestas.

Fotos do Fitz Roy no link:  http://digiphotus.com/2014/11/23/fitz-roy/

Uma das passagens mais bonitas é a travessia pela ponte de ferro sobre o Rio Eléctrico.

Atravessando o Rio Eléctrico
No final da estrada fica o Lago del Desierto, onde, além de apreciar a paisagem, há opção de passeio de catamarã. O forte vento e o frio não nos animaram a fazê-lo.

Na volta, no trecho de floresta um grupo de homens estavam manobrando material de construção e tivemos que aguardar. 

Por sorte, naquele momento eles perceberam uma movimentação na mata logo acima da estrada e em seguida nos chamaram sinalizando para nos deslocarmos em silêncio.
Tivemos o privilégio de ver e fotografar um raro casal de huemul, variedade de cervo de grande porte, endêmico desta região da Patagônia. 

Fotos do Valle do Lago Desierto no link: http://digiphotus.com/2014/11/15/valle-del-lago-desierto/

Depois que passamos o trecho de florestas percebemos que as montanhas estavam encobertas e já não dava para ver o Fitz Roy.

Há 4 km da cidade paramos para contemplar a bela trilha do Salto El Chorillo.
Fotos de El Chorrillo del Salto no link: http://digiphotus.com/2015/01/18/el-chorrilo-del-salto/

Infelizmente quando chegamos em El Chaltén as montanhas já estavam totalmente encobertas.
Almoçamos num pub e depois seguimos pela RP23 na direção da RN40. Com o horizonte encoberto mal dava para ver o Lago Viedma e as geleiras.

Depois de 90 quilômetros entramos na RN40 em direção a El Calafate. Alguns quilômetros adiante a rodovia segue o bonito vale do Rio La Leona, que nasce no Lago Viedma.
Neste trecho se avista guanacos, emas e muitas aves aquáticas.

Chegamos em El Calafate as 19:00 horas. 
Completamos o tanque com 37,65 litros de gasolina num YPF de El Calafate, tendo percorrido 588 km desde o abastecimento no YPF de Gobernador Gregores, perfazendo uma média de 15,62 km/l.

Na borracharia descobrimos que o pneu traseiro esquerdo estava galopeado(todo cheio de bolhas) e precisava ser trocado. O bichinho não suportou mais de 600 km de estrada de chão. Infelizmente era sábado a tarde e o comercio de pneus só abriria na segunda. 

Como já conhecíamos as principais atrações de El Calafate resolvemos seguir no dia seguinte cedo para Torres del Paine. Aproveitamos para cambiar um pouco mais de moeda chilena.

Ao anoitecer o tempo fechou e começou a garoar. Parecia que o mal tempo que nos perseguia desde Puerto Montt estava de novo ao nosso encalço.

Fomos dormir preocupados com as condições do tempo no dia seguinte.

Neste trecho percorremos 286 km, sendo 72 km em estrada de chão. Desde o início da Expedição já percorremos 5381 km, sendo 5307 km com o Clio (618 km em estrada de chão) e 74 km de balsa.

Trilhas de GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687613
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687627

Mapa da rota traçada no OSRM:


Até mais

Equipe DigiPhotus

PERITO MORENO A EL CHALTÉN

Olá Pessoal

Saímos as 9:00 horas de 14/03/14 do hotel em Perito Moreno direto para oficina. 
Depois de checarem a área externa da caixa de câmbio e verificarem a barra de transmissão, os mecânicos concluíram que a avaria tinha sido dentro da caixa de transmissão.
Como o carro estava na garantia e tinham me informado que a concessionária mais próxima ficava a 850 km, em Rio Gallegos, só nos restava continuar a viagem sem a marcha ré.

Seguimos viagem pela RN40 em direção a Gobernador Gregores. Este trecho está praticamente todo asfaltado, restando liberar os 10 km finais.
Neste trecho sentimos a força do vento patagônico. Em alguns trechos ficava difícil manter o carro na rodovia.
 
 Numa das paradas para fotografar ao sairmos do carro tínhamos que fazer força para nos mantermos em pé.
Sob a força do vento patagônico

Aqui a vegetação é desértica e o destaque é a forte presença de guanacos. 

Fotos do deserto patagônico no link: http://digiphotus.com/2015/09/27/deserto-da-patagonia/

Perto do meio dia chegamos em Gregores. Completamos o tanque com 19,76 litros de gasolina, tendo percorrido 364 km desde o abastecimento no YPF de Perito Moreno, perfazendo uma média de 18,42 km/l.

Ainda preocupados com o problema na caixa de câmbio, nos informamos no restaurante onde almoçamos sobre alguma oficina qualificada onde pudéssemos obter uma segunda avaliação.

Nos indicaram a Lubricenter, onde tivemos uma excelente impressão pela organização e limpeza do local. 
Depois de uma checagem detalhada foi confirmado o diagnóstico dado em Perito Moreno.
O proprietário disse que o mais prudente seria deixar para consertar no Brasil, pois as peças para o conserto poderiam demorar muitos dias e comprometer nosso esquema de viagem.

Então nos dirigimos para a RN40 em direção a Tres Lagos. 
Este trecho da rodovia está em obras. Intercalam trechos asfaltados com trechos em ripio, além de muitos desvios também de ripio.

No final de tarde, num trecho de ripio, cruzamos com o Pedro Nalesso, jovem aventureiro de Florianópolis em sua cruzada sulamericana de bicicleta.  Depois de um breve papo e de trocarmos experiências seguimos em frente, pois já estava anoitecendo.


O aventureiro Pedro Nalesso
Já tinha anoitecido quando passamos por Tres Lagos. A partir daí a estrada é asfaltada. Desde Gregores foram 90 km de estrada de chão. 
Este trecho da RN40 é um dos principais habitats naturais do guanaco.
Desde Perito Moreno avistamos mais de 1000 destes animais perto da rodovia.

Fotos dos bichos da Patagônia no link:  http://digiphotus.com/2015/01/25/bichos-da-patagonia/

Ao atingirmos a velocidade de cruzeiro notamos que o carro estava trepidando. Logo concluímos que um dos pneus traseiros estivesse desbalanceado. O jeito foi reduzir um pouco a velocidade para garantir estabilidade.

Chegamos em El Chaltén as 22:00 horas.

Neste trecho percorremos 665 km, sendo 100 km de estrada de chão. Desde o início da Expedição já percorremos 5095 km, sendo 5021 km de Clio(546 km em estrada de chão) e 74 km de balsa.

Trilhas de GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687444
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687610

Mapa da rota traçada no OSRM:



Até mais

Equipe DigiPhotus

quarta-feira, 7 de maio de 2014

COYHAIQUE A PERITO MORENO

Olá Pessoal

Saímos as 9:00 horas de 13/03/14 de Villa Jara em Coyhaique, seguindo na Carretera Austral em direção a Villa Cerro Castillo.

A passagem pelo magnífico Valle Simpson é um dos pontos altos deste trecho de beleza incomparável . 

Fotos do Valle Simpson no link: http://digiphotus.com/2014/08/15/valle-simpson/

A aproximação de uma região montanhosa, habitat do huemul, um tipo de cervo, aumenta nossa expectativa sobre a visão da principal atração da Carretera, o Cerro Castillo.

Ao final da travessia montanhosa se chega ao Mirador Cuesta del Diablo, de onde se avista o Cerro Castillo. 
Mirador Cuesta del Diablo
A partir daí paramos várias vezes para tentar acertar o melhor enquadramento desta fantástica montanha em formato de castelo medieval.

Fotos do Cerro Castillo no link:  http://digiphotus.blogspot.com.br/2014/04/cerro-castillo.html

Seguimos até Villa Cerro Castillo, onde infelizmente não encontramos lugar adequado para almoçar. 
Ao mesmo tempo baixou uma neblina fechando o horizonte. 
Como já era hora do almoço e Puerto Rio Tranquillo ficava há mais de 3 horas de viagem, resolvemos voltar alguns quilômetros e ver as opções em Puerto Ibañez.

Este trecho da Carretera Austral a partir de Villa Cerro Castillo tinha o agravante de ser de ripio, numa volta de 300 km, contornando o Lago General Carrera até chegar a Los Antiguos.

A estrada de acesso a Puerto Ibañez fica antes da subida ao Mirador Cuesta del Diablo e a paisagem a partir dali é muito bonita e interessante. 
Há vários pontos que permitem um enquadramento diferenciado do Cerro Castillo.
Perto da cidade há um mirante com uma bonita vista para o Lago Buenos Aires.

Chegamos em Puerto Ibañez ao meio dia e fomos almoçar. 
Durante o almoço soubemos que a travessia para Chile Chico/Los Antiguos era feita diariamente as 19:00 horas. 
Soubemos também da existência do Paso Pallavicini, acessível normalmente por automóveis.

Ainda com muitas dúvidas fomos até a área portuária para nos certificarmos do horário de travessia e então resolvemos atravessar a fronteira pelo Paso Pallavicini.

Na aduana chilena fomos convencidos pelo atendente a fazer o contorno do Lago General Carrera, pois segundo o atendente, este é um dos trechos mais bonitos da Carretera Austral. 
Na verdade, o contorno do lago fazia parte do roteiro da Expedição, e este foi o empurrão de que precisávamos.

Pegamos estrada novamente em direção a Villa Cerro Castillo. 
Logo depois do trevo já começa o ripio e aquela tradicional poeirada.

Mas o cenário realmente compensa. O vale do Rio Ibañez é muito bonito.
Depois das muitas paradas para fotografar o lindo cenário desta região e de rodarmos uns 20 km, desceu uma forte neblina e começou a garoar.
Alguns quilômetros mais a frente o Rio Ibañez forma um grande e lindo lago. Como o horizonte fechava cada vez mais resolvemos parar para tomar nova decisão.

Fotos do Vale do Ibañez no link: http://digiphotus.com/2014/10/21/valle-del-ibanez/

A garoa fina e o horizonte fechado inviabilizavam nosso propósito principal que era apreciar o cenário e fotografar belas paisagens. 
E o que pesava em nossa decisão era a condição da estrada. Enfrentar 270 km e mais de 8 horas de estrada de chão não faria muito sentido.

Fotos dos Confins da Carretera no link: http://digiphotus.com/2014/09/14/nos-confins-da-carretera/

Então demos a volta mais uma vez, retornando para Puerto Ibañez com a ideia fixa de atravessar a fronteira pelo Paso Pallavicini, pois não tínhamos paciência para esperar mais 4 horas para fazer a travessia pela balsa.

Depois dos trâmites legais passamos pela aduana chilena e seguimos pela estradinha X65 em direção a fronteira argentina. No início esta estradinha é pavimentada com lajotas.
A paisagem deste primeiro trecho é de tirar o fôlego. A vista do Lago Buenos Aires é simplesmente fantástica.

Fotos do Paso Pallavicini no link: http://digiphotus.com/2014/10/26/paso-pallavicini/

Saindo da encosta a vegetação passa a ser desértica, típica da Patagônia. 
A aduana argentina de Paso Pallavicini fica a 20 km de distância de Puerto Ibañez. 
As instalações aduaneiras são simples mas o atendimento e simpatia dos funcionários são dignos de registro.


Aduana de Paso Palavicini
A aduana fica totalmente isolada da civilização e a partir daí é um estradão de ripio até Perito Moreno. 
A RP45 atravessa uma região desértica onde merecem nota apenas a Estância El Cerrito, alguns guanacos e muitos mata-burros.

Depois de muitas derrapadas, chegamos em Perito Moreno as 20:00 horas. 
Completamos o tanque com 23,59 litros de gasolina num YPF de Perito Moreno, tendo percorrido 379 km desde o abastecimento no Copec de Coyhaique, perfazendo uma média de 16,07 km/l.

Na hora de estacionar para averiguar instalações hoteleiras tivemos uma surpresa, o carro estava sem marcha ré. 

Mas isto era dor de cabeça para o dia seguinte.

Neste trecho percorremos  370 km, sendo 166 km em estrada de chão. Desde o início da Expedição já percorremos 4430 km, sendo 4356 km com o Clio(446 km em estrada de chão) e 74 km de balsa.

Trilha de GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687089

Mapa da rota traçada no OSRM:



Até mais

Equipe DigiPhotus

sexta-feira, 2 de maio de 2014

VILLA SANTA LUCIA A COYHAIQUE

Olá Pessoal

Depois de uma noite tumultuada, saímos as 7:05 horas de 12/03/14 de Villa Santa Lucia, seguindo pela Carretera Austral na direção de Coyhaique.

Saindo de Santa Lucia havia um trecho de 1 km de asfalto, depois estrada de chão com muitos desvios, devido as obras de infraestrutura para asfaltamento.


Esta região do sul do Chile é composta basicamente por florestas úmidas. Variando muito pouco. 
Neste trecho existem poucos vilarejos. Depois de Villa Santa Lucia, temos Santa Teresa, Fresia, Villa Vanguardia e La Junta.
Então se chega a pequena Puyuhapi, onde há uma boa infraestrutura turística. 
Esta cidade foi construída na ponta de um fiorde, portanto suas águas tem comunicação com o Pacífico.
Além de hospedagem e alimentação é um bom ponto de apoio para abastecimento de combustíveis.

A atração imperdível da região é o Parque Nacional Queulat, cuja principal atração é o Ventisquero Colgante. O acesso ao parque fica 24 km ao sul de Puyuhuapi, na Carretera Austral. 
Nele existem várias trilhas para se caminhar, além do visual fantástico de uma geleira se desfazendo em cascata. 

Fotos do Parque Nacional Queulat e do Ventisquero Colgante no link: http://digiphotus.blogspot.com.br/2014/07/ventisquero-colgante.html

A poucos quilômetros da saída do parque encontramos a Marion, simpática ciclista francesa na sua jornada até o sul do continente. 
O bate papo com ela nos deu ânimo para prosseguir em nossa jornada pelas estradas de ripio.
A francesa Marion em sua jornada sulamericana
Alguns quilômetros mais a frente encontramos um grupo de três ciclistas alemães de meia idade também descendo a Carretera.

Fotos dos Confins da Carretera no link: http://digiphotus.com/2014/09/14/nos-confins-da-carretera/

Três quilômetros mais a frente começa uma serra muito forte, antes da entrada para Puerto Cisnes.
Depois deste acesso a rodovia passa a ser asfaltada e  a estrada acompanha o bonito vale do Rio Cisnes. Neste trecho se avista vários "ventisqueros" e a uma sutil mudança de paisagem. 

Fotos do Vale do Cisnes no link: http://digiphotus.com/2014/09/05/valle-del-cisnes/

 Finalmente as 15:00 horas paramos na Villa Amengual a cata de algum restaurante para saciar nossa fome. Depois de circular pela simpática vila percebemos que a única opção era o Café da Melinda, lanchonete que funciona numa carcaça de ônibus abandonada.


Lanchinho no Café da Melinda
Depois de saciarmos nossa fome, seguimos viagem na direção de Coyhaique. Alguns quilômetros adiante o Lago Las Torres emoldura a paisagem.

A partir daqui a paisagem deixa de ser floresta para ter um ar mais de montanha e também começam os trechos de campos e pastagens.

Também ganha destaque a passagem pelo bonito vale do Rio Mañihuales.

Agora a aproximação de Coyhaique traz uma mudança radical e surpreendente na paisagem, que passa a ser desértica de montanha. Esta troca radical causa um impacto.

Coyhaique é a maior cidade do sul do Chile e está incrustada no sopé de uma montanha. 

Completamos o tanque com 35,5 litros de gasolina num Copec de Coyhaique, tendo percorrido 606 km desde o abastecimento no Copec de Puerto Montt, perfazendo uma média de 17,07 km/l.

Seguimos mais alguns quilômetros pela Carretera Austral até Villa Jara, onde nos hospedamos numa cabana de montanha.

Neste trecho percorremos 365 km, sendo 177 km de estrada de chão. Desde o início da Expedição já percorremos 4060 km, sendo 3986 km com o Clio (280 km em estrada de chão) e 74 km de balsa.

Trilha de GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687077

Mapa da rota traçada no OSRM:


Até mais

Equipe DigiPhotus