quarta-feira, 30 de abril de 2014

HORNOPIRÉN A VILLA SANTA LUCIA

Olá Pessoal

Com o céu encoberto saímos as 9:30 horas do hotel em Hornopirén seguindo a Carretera Austral com destino a Chaitén.
No porto de Hornopirén aguardamos o embarque no navio sob garoa constante.
As 10:00 horas iniciamos o embarque para uma viagem de 3:30 horas até Leptepu.
O navio Alexandrina tem capacidade para 250 pessoas. A logística de embarque dos veículos, caminhões e ônibus chamou a atenção de todos. 
 
Navio Alexandrina atracado em Hornopirén

Sobre a área das cabines do navio há um terraço coberto ideal para observar a paisagem e fotografar, quando o tempo é bom. Sem pestanejar nos posicionamos no terraço e depois de meia hora e de passar muito frio, descobrimos a existência de cabines fechadas e climatizadas com bar e lancheria, bem embaixo dos nossos pés.
O almoço alternativo foi a moda dos nativos locais, a base de empanadas e chocolate quente.

São 60 km de travessia por canais de fiordes. Infelizmente o céu encoberto e a garoa intermitente não nos possibilitou apreciar a beleza do local.
Mas pelos relatos de quem já fez esta travessia são raros os momentos de bom tempo nesta região do sul do Chile.

Fotos dos Fiordes Chilenos no link: http://digiphotus.com/2014/09/01/fiordes-chilenos/


Em Leptepu há um trecho de 10 km de estrada de chão até Fiordo Largo, onde se pega outro navio até Caleta Gonzalo. 
Aqui o inusitado é o embarque, que é feito de ré. Os carros manobram e descem a rampa de ré. Outra fato é que este transbordo é feito por balsas menores, cujo embarque é por ordem de chagada.
Esta travessia de 8 km é feita em 30 minutos.

A partir daí são mais 57 km de estrada de chão até Chaitén. 
A estrada passa pelo Parque Pumalin, importante reserva florestal do sul do Chile. No trajeto há senderos e locais para visitação.
Tiramos as capas de chuva da bagagem e percorremos um pequeno sendero de 1km para conhecer a vegetação da região.

Fotos do Parque Pumalin no link:  http://digiphotus.com/2014/09/26/parque-pumalin/
 
Desolação provocada pela erupção do vulcão Chaitén

 20 km antes de chegar em Chaitén há um longo trecho de floresta morta pela última erupção do vulcão Chaitén, ocorrida em maio/2008.


Em Santa Bárbara, perto do entroncamento com a W821 há algo inusitado, o aeroporto de Santa Barbara utiliza o leito da rodovia como pista.  Deve ser engraçado, interromper o transito a cada descida ou decolagem de avião.
A inusitada pista de Santa Bárbara

Em 2008 as cinzas do vulcão Chaitén simplesmente soterraram a pequena cidade de Chaitén. 
Hoje a população ainda luta para recompor suas atividades. 
A baía em frente a cidade tem quilômetros de aterro de lama e cinzas acumuladas pela erupção e trazidas pelas águas do rio Chaitén.
Abaixo uma das matérias publicadas na imprensa brasileira dá uma ideia da extensão do problema. A população da cidade teve que ser evacuada.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,chile-retira-moradores-apos-erupcao-de-vulcao-chaiten,168311,0.htm

Como ainda era cedo e depois de nos certificarmos que haveria hospedagem nos vilarejos seguintes, compramos mantimentos em Chaitén e seguimos pela Carretera na direção Puerto Cardenas. 
Este trecho de 44 km está asfaltado.

A imponente ponte de Puerto Cardenas
Logo depois da imponente ponte estaiada sobre o rio Yelcho acaba o asfalto e a estrada de chão está em obras, com muitos desvios. São 31 km até Villa Santa Lucia.

Fotos dos Confins da Carretera no link: http://digiphotus.com/2014/09/14/nos-confins-da-carretera/

As 20:00 horas paramos em Villa Santa Lucia para dormir. Mas o nosso dia ainda não tinha terminado e algo inusitado viria a acontecer.

Villa Santa Lucia tem somente duas opções decentes de hospedagem e as duas estavam lotadas. Felizmente a senhora que loca cabanas ficou com pena da gente e nos alojou na casa dela.

Mas tinha uma condição, teríamos que sair as 7:00 horas, porque ela precisava ir a Chaitén na manhã seguinte.

Mas nossa noite neste lugar foi inesquecível. 
Logo depois apareceu um ciclista inglês caindo de bêbado, já com a língua travada, exigindo hospedagem. 
A senhora ficou receosa de abrigá-lo dentro de casa e ofereceu de graça um lugar num quartinho de fundos.

Mas o "borracho" não se conformou e começou a esbravejar impropérios. Para piorar ele só falava inglês.

Ele passou boa parte da noite batendo nas paredes, xingando e chamando palavrões. Para acalmá-lo a senhora foi obrigada a chamar a polícia local.
 

Quando passou o efeito da manguaça, o ébrio inglês sossegou e acabou dormindo .

Neste trecho percorremos 215 km, sendo 103 km de estrada de chão. Desde o início da Expedição já percorremos 3695 km, sendo 3621 km com o Clio( 225 km em estrada de chão) e 74 km de balsa

Trilha GPS deste trecho:
https://www.openstreetmap.org/user/jairo58/traces/1687076 

Mapa da rota traçada no OSRM:

 
Até mais

Equipe DigiPhotus

Um comentário:

  1. Olá, parabéns pelo relato. Estarei indo percorrer a CArretera agora em fevereiro de bike e estou com dificuldades em encontrar hospedagem em Sta Lucia. Daí, localizei em pesquisa este blog, onde vc relata que ficou em uma cabana. Teria o contato da proprietária para passar?

    ResponderExcluir